quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O que e quanto é o suficiente? Quanto esforço é necessário? Qual o mínimo e qual o máximo que devo fazer? Quanto terei que caminhar, quanto terei que suar, o que e quanto terei que sacrificar? A vida exige muito de mim, de nós. Quanto terei, quanto teremos que remar neste imenso rio? Quando chegarei, quando chegaremos enfim, ao fim deste rio? A vida ora é um rio, ora é um mar. Na verdade ela começa sendo uma lagoa, depois um riacho, depois um rio e por fim, transforma-se em um mar. Um mar repleto de tempestades. Quanto teremos que ser fortes para não naufragar? O que é necessário para ser um bom tripulante? Eu não sei. Sou um marinheiro novato, inseguro, sei pouco sobre navegar. Mas vou com cautela, observando os mais experientes contarem suas experiências/aventuras. Eles dizem que não é fácil, que já passaram por muitas tempestades e que quase naufragaram, mas não desistiram e que com um pouco mais de esforço, conseguiram manter, novamente, o controle sobre suas embarcações. Enquanto estou na fase de transição entre o rio e o mar, questiono-me e preparo-me sobre/para as tormentas que enfrentarei. Somos todos navegantes, somos todos marinheiros.

Daniel Matos.
"O jeito de caminhar. O jeito de usar a camisa pra fora das calças. O jeito de passar a mão no cabelo. O jeito de suspirar no final das frases. O jeito de beijar. O jeito de sorrir. Vá tentar explicar isso!"
- Martha Medeiros.

domingo, 27 de outubro de 2013

Vamos juntos, porque eu cansei de ir sozinha. Vamos além, porque eu cansei de ir até onde o braço alcança e os olhos enxergam. Vamos indo, sem ter para onde ir, porque os destinos marcados sempre me decepcionaram. Mas vamos juntos, sim, juntos, essa é a parte que importa. Vamos com você reclamando da minha mania de ler todas as placas e eu dramatizando o seu jeito disperso. Vamos com a bagagem de mão, porque o peso nas costas dessa vida sua, minha e nossa, cansou demais. Pensar também cansa, por isso vamos somente com o coração, esqueça a cabeça por aí, até em mim, se quiser. Vamos juntos simplesmente porque eu cansei da solidão, e é fria a noite mesmo que os termômetros me desmintam. É fria a cama e é quente a saudade. É fria minha espera e é quente o meu amor. É frio o caminho solitário. Vamos juntos, eu quero ver o gelo derreter.

Se você estiver ocupado demais para me ligar, eu vou entender. Se você não tiver tempo para me mandar mensagens, eu vou entender. Se você tiver fazendo algo mais importante e não puder me ver, eu vou entender. Se você fingir que não está nem ai pros meus sentimentos e continuar me ignorando, eu vou entender. Se você continuar desperdiçando seu tempo de vida com coisas fúteis, eu vou entender. Mas se eu parar de te procurar, aí é a sua vez de me entender.

Tati Bernardi

Todos deveriam ter um lugar favorito no universo, um lugar que dê a sensação de que você vai escapar do que for, de seja lá o que você está sentindo. Aquele lugar onde as pessoas de quem você gosta vão te procurar quando você provavelmente sumiu por não aguentar a barra, como acontece no cinema, quando os personagens estão perdidos, prostrados ou loucos de amor.

Gabito Nunes

domingo, 13 de outubro de 2013

“Por um minuto eu queria saber qual é a primeira coisa que se passa pela sua mente quando você ouve meu nome.”— Clarice Lispector. 

E o amor?, você me pergunta. O amor, ah, sei lá. O amor nem dá pra definir direito. Acho que é um desejo de abraçar forte o outro, com tudo o que ele traz: passado, sonhos, projetos, manias, defeitos, cheiros, gostos. Amor é querer pensar no que vem depois, ficar sonhando com essa coisa que a gente chama de futuro, vida a dois. Acho que amor é não saber direito o que ele é, mas sentir tudo o que ele traz. É você pensar em desistir e desistir de ter pensado em desistir ao olhar pra cara da pessoa, ao sentir a paz que só aquela presença traz. É nos melhores e piores momentos da sua vida pensar preciso-contar-isso-pra-ele. É não querer mais ninguém pra dividir as contas e somar os sonhos. É querer proteger o outro de qualquer mal. É ter vontade de dormir abraçado e acordar junto. É sentir que vale a pena, porque o amor não é só festa, ele também é enterro. Precisamos enterrar nosso orgulho, prepotência, ciúme, egoísmo, nossas falhas, desajustes, nosso descompasso. O amor não é sempre entendimento, mas a busca dele. Acho que o amor não é o caminho mais fácil, pois mais fácil seria dizer a-gente-não-se-entende-a-gente-não-combina-tchau-tchau. O amor é uma tentativa eterna. E se você topar entrar nessa saiba que o amor encontrou você. Seja gentil, convide-o para entrar

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

“Então comece, aos poucos, entender que a vida nem é tão pesada assim e que precisamos notar que há alguns sentimentos que precisam mais do que qualquer coisa, ser cultivados para darem bons frutos. Um sorriso numa manhã chuvosa de quarta-feira, o desapego das pessoas que foram embora e que prometeram nunca mais voltar, as partes que deixamos pelo caminho para que sentissem saudade do nosso cheiro, das nossas conversas, dos olhares entrecortados. Comece a perceber que o sol não se põe todos os dias - noutros, ele despenca, levita, abre a boca e boceja. Note também que a lua às vezes deita em cima do céu e fica lá, se exibindo para quem quiser ver. E que ela não se importa se alguns a ignoram, que outros nem a percebam, e que muitos nem sabem quando ela está meia, metade, cheia ou vazia. Perceba, assim como eu, que a poesia está sob o mundo, sob aquilo que ninguém costuma enxergar e que os detalhes são inspirações que a vida lhe entrega de mão-beijada - a flor, o vento, o tempo, o espaço, as canções, os textos, aquilo que não pode ser lido mas pode ser compreendido, tudo que podemos sentir e imaginar. A felicidade está nisso, nisso que a gente toca sem perceber, nas almas que nós sentimos espontaneamente, na leveza dessas saudades que flutuam de um modo bom e bonito, e que viram abraços, doces e risadas durante horas. Então, comece aos poucos, erre os caminhos em dias ruins para se distrair e observar lugares novos; abrace o mundo mesmo que a dor pareça ser insuportável e ame, ame muito, ame demais, ame tudo aquilo que você já teve, aquilo que você deixou escapar, aquilo que ficou e eternizou até hoje. Comece amando.”