
Eu ainda te sinto. Vejo você como aquela almofada velha jogada no canto da cama, que sustenta as lágrimas e revigora o espírito, que acalenta, mas sufoca. Eu não precisava sempre, mas tinha certeza de que você estaria ali quando fosse necessário. Só para ficar quieta, me ouvir e prometer que tudo se ajeita. Eu precisava me afagar em você, às vezes ou toda hora. Quando a saudade do imaginário batesse, e a vontade de fugir chegasse. O seu silêncio falava tanto, que doía. E suas mãos pareciam adivinhar onde o carinho chamava. Não era nada combinado, eu chegava e te abraçava, tudo simples e até meio romântico, com uma música de fundo criada por nós dois e um perfume no ar que lembrava saudade. Eu podia sentir sua respiração abafada, aquecendo meu pescoço enquanto eu me perdia entre os soluços do meu choro, eu sabia que ia passar, talvez naquele momento ou daqui duas horas. O importante era a presença. Sua, ou de algo que eu pudesse agarrar e sentir segurança. Parecia tão fácil estar bem ao seu lado, que hoje eu sinto tanta, mas tanta falta do que um dia nós fomos… Do que um dia foi amor, ou quase isso.
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