
A gente passa a vida inteira ouvindo que jamais estaremos sozinhos. Em contrapartida, passamos todos os dias aprendendo da forma mais dolorosa possível que devemos ser nossa própria base para, no final, a construção não cair em cima de nossas cabeças. Acabamos, então, usando quem não devemos para ser a base, e quem devemos, afastamos do peito - o que dá uma dor danada no futuro. Escutamos, também, que devemos correr atrás do amor, e como pobres inocentes somos, o fazemos - acabando abraçados com cacos de vidros, enquanto pensamos ter nos braços bela escultura de cristal.
O amor não está escondido, como dizem poetas que fingem saber sobre a vida - ora, não sabem coisa nenhuma! São apenas seres humanos confusos, como você, como eu, procurando culpados de suas dores que não sejam eles mesmos. O amor está na porta da sua casa, esperando a hora certa para tocar a campainha e te salvar do mundo. Eis mais uma coisa sobre esse tal de amor: Ele não invade. Não completamente. Ele, com toda sua persuasão, te mostra que é o caminho mais sorridente, e no fundo do peito, você sente que é nele que você deve confiar. Haverão alguns tropeços - ou você achou que a felicidade fosse coisa fácil de encontrar? -, mas ao final de cada dia, sentirá que valeu à pena. O amor vai reformar tua casa, tirar a base feita de barro, e colocar em seu lugar base feita de aço. Varrerá as pedras para longe do quintal, e tirará as ervas daninhas que lhe furtam o sossego. Você não sentirá somente alegria, afinal, a tristeza é boa no que faz - invadir e bagunçar tudo o que estiver arrumado -, mas o sentimento estará lá, colocando tudo em seu devido lugar depois de cada temporal. Ele te ensinará, aos trancos e barrancos, que a vida pode todos os dias ser como um livro novo, cheia de surpresas.
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